quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Correndo de gente

Eu estou correndo. Eu olho pra trás e vejo tudo que não quero mais. Eu olho pra frente e vejo o infinito. O céu e a curva do mundo. Eu estou correndo. E correndo. Eu olho pra trás e vejo o infinito. O céu e a curva do mundo. Eu olho pra frente e vejo tudo que não quero mais.
Amores são sempre brutos. E “amores serão sempre amáveis”. Eu tenho dois medos, um é de barata. Parece bobo, mas as baratas me fazem correr.
Um dia eu queria me sentar do outro lado do muro. Era só um muro. Subi. Olhei do alto. Olhei pro alto. Não vi nada que eu me importasse. Não senti nada que me marcasse. Desci. Pisei em cacos de gente. Talvez vidro, não me lembro. Chorei e não podia mais correr, não naquele hora. O sangue estava quente. Sentei. Descansei do outro lado do muro. Olhei pra frente e lá estava uma casa abandonada, e só vi cacos de gente. Talvez tijolos, talvez móveis velhos. Não senti nada que possa me recordar. Encostei minha cabeça na parede. Sonhei que tinha dormido, e que tinha sonhando com gente. Talvez pessoas.
Pra merda com o sangue. Pra merda com os cacos. Pra merda com o muro. Agora eu só corro. Do meu medo, talvez baratas, talvez…

Um comentário:

  1. Anônimo00:34

    o meu maior medo é ter um dia que ficar sozinho.. afastado do mundo inteiro.. ficar sozinho é ter que respirar veneno pra mim. e um dia, em uma viajem, sozinho, eu percebi que é melhor estar mau acompanhado a estar sozinho... busque o teu futuro sem nunca esquecer de onde veio.

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