quinta-feira, 16 de julho de 2009

Das paixões proibidas

Essa segurança precoce, a suposta maturidade, nada, não faz a menor diferença. É quase um problema de nascença, neste estado o garoto não pode mais ser criança, não se entende mais como criança, e nem tem credibilidade suficiente, mesmo que se apaixone verdadeiramente.
E criança como tal, nada se pôde fazer. Não fez a menor diferença a grande maturidade espiritual. A mulher estava lá, linda, simpática e quente a sua frente, talvez se se conhecessem em oito, dez anos, essa troca de olhares que em um primeiro momento foi de extrema sensualidade, não tivesse ficado apenas na atenção e bom modo para uma relação entre criança e adulto.
É uma situação quase absurda, onde os pensamentos e sensações tem que se conter por regras que não fazem o menor sentido. Por quê não poderia uma mulher de trinta e dois anos se entregar ou se mostrar atraída por um garoto de doze? Mesmo quando já está claro que o tal garoto em questão não consiga conter a emergente sensação de forte atração pela tal mulher mais velha? Independente do discernimento das pessoas ou das leis que nos regem, muito mais teria de ser levado em questão os corações que batem e batem. Os apaixonados deveriam ter o direito absoluto do prazer. Lindo seria se todos os Montecchios se apaixonassem pelos Capuletos, e assim os dois explodissem em gozos fartos e desculpados. E os finais trágicos deveriam ser menos desejados, menos divulgados. Pois assim talvez as paixões fossem menos proibidas.
Mas não… não e apenas não… e deste encontro de almas que andavam soltas ao vento, almas que continuarão em uma jornada de procura, nada mais se obteve, senão uma relação de bom modo para uma criança e um adulto.