quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Oo crime

Escorreu os pedaços da culpa pelo ralo.
Abasteceu-se de sangue saciado.
Mas no fim?… Soluço.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

E de recomeços

Talvez porque o dia tenha se amanhecido estranho ou porque ele não se continha mais nas suas grandes expectativas, não havia mais uma possibilidade de equilíbrio, não havia mais a chance de conciliação entre o que lhe ocorrera durante a noite e o que se passara por toda sua vida até então. E nessas manhãs que sem mais nem menos se acorda mudado, não há choro que cure, não há desespero suficiente. Tem que mesmo assim levantar-se, tomar o leite e sair ao trabalho. É preciso ter o trabalho. Pois depois de um tempo grande qualquer, o que se faz é continuar em um movimento que não tem mais força para cessar. Não depende mais se se é um novo homem. E continuar deitado é o único modo de se render. Há que se provar a coragem.
E de recomeços, o que lhe resta é recomeçar o que já acabado. O que lhe resta é incorrer no mesmo erro. E de recomeços, o que lhe resta é morrer tentando.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Urgência absoluta

Não se preocupe tanto, não se desgaste por mim...
Eu sei que as vezes se tem a urgência absoluta
e mesmo assim eu te peço, não se desgaste tanto...
Nem sempre se tem tempo pra resolver as coisas,
é bom deixar tudo se consumindo também.
Ver o fim disso que parece estar sempre no meio.
ou tudo se explode ao tudo se clareia, tanto faz...
É essa urgência.
É essa urgência.
Que mantêm o peito amarrado, as costas presas.
é estranho pensar que a gente se prende ao tentar emergir.
Tudo se entulha e não entendo mais nada.
Se afunda se houver emergência. Se houver emergência.
Me desculpe o trocadilho, assim nesse momento encruzilhada.
O tempo passa e meu humor se torna cada vez mais ácido.
Por ser mais ácido, com o tempo, ele se torna mais rápido
é que meu humor, é... mais rápido...

mais rápido, mais rápido, mais rápido!