sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Verdade, prometo

A loucura de ser só a si próprio é apenas o medo de ser o outro, de ver como o outro, de causar a si mesmo a sensação que causas ao outro.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

"No tempo de um soneto vai a vida "

Você tentou gritar, mas teve vergonha;
Estou com vergonha, não vou gritar hoje;
(Para mim, em silêncio) E se pulasse?
Talvez assim conquistaria o longo fim.

É preciso bem mais que sangue e veias;
Mesmo sendo isso o mais frágil em mim;
É força que também se desfaz no choro
Corre, gira, girassol, e por fim morre.

Será que é sempre assim? É pergunta…
De tempos em tempos me pego pensando:
Se for sempre assim? Não terá problema?

São diferentes percepções sobre coisas;
O mundo dos homens, e seus holocaustos;
Corre, se quiser, apenas solte a voz!

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Puro suor

(A casa vazia)

Pega forte nos meus braços


Na doce poesia do vento;
O Grito que incide a tragédia

"Corre! Corre! Corre!
E tempo pra respirar;
Solta o ar! Solta o ar! "

Mas no fim, lá no fim;
Tudo acaba por esperar..

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

DV8 - um gesto

(inspirado na cena Hooping Love por DV8 physical theater
http://br.youtube.com/watch?v=yHV0CSwF25M)

O movimento segue pontual, preciso. Braços paralelos, corpo no eixo, olhar no horizonte. Ao fundo, música dançante. É na verdade uma sequência de gestos, uns oito ou nove, que vão se repetindo. São simples esses gestos, você pode fazê-los, eu que nunca me levanto também posso. Mãos na cabeça, mãos nos peito, apontando pra frente de novo paralelas...
E tempo… pouco, mas tempo
A música dançante já não está mais ao fundo, a impressão é que ela tem mais poder que o plano de fundo lhe permite. Aqueles gestos pontuais já são mais fluidos, seguem uma corrente de sensação claras aos olhos e a um sexto sentido que eu não conseguiria lhe explicar qual. Aquele corpo dançante já não é mais só um corpo, mas ainda não se expõe, não nos permite enxergar além do que ele faz.

E tempo… tempo, mais fôlego

E tempo… tempo, pras vísceras

A música é mais dançante ainda, forte, possante (obarulhoafavordovento) os gestos ainda exitem, são eles que dão a direção, mas o corpo não é mais corpo. É o belo, na frente dos meus olhos. É o poder do homem. Pulos, gritos, cores… é deslumbre. E por fim, como esperado, o reflexo cristalino que escorre pelo rosto se pode ver, ou sentir.

Se uns morrem de fome, eu morro de dor, se uns só observam, eu sinto por eles, mas eu vivo por pouco: pelo tempo, pelo fôlego, pelas vísceras, alimentando a minha essência, que eu não faço a menor idéia do que seja, talvez um sexto sentido, talvez Deus, talvez alma…

domingo, 10 de agosto de 2008

De se pensar em tempo



Há de se pensar em tempo, se for tempo demais;
O pequeno sentimento dos dedos, a fibra;
Se é espelho que seja feito d’água.

Se fosse poesia, se fosse poesia…

Não seria para Edith, e sim para Piaf, Millord;
O pequeno sentimento dos dedos, tá bom;
As vezes é só deixar o corpo pensar.