(inspirado na cena Hooping Love por DV8 physical theater
http://br.youtube.com/watch?v=yHV0CSwF25M)
O movimento segue pontual, preciso. Braços paralelos, corpo no eixo, olhar no horizonte. Ao fundo, música dançante. É na verdade uma sequência de gestos, uns oito ou nove, que vão se repetindo. São simples esses gestos, você pode fazê-los, eu que nunca me levanto também posso. Mãos na cabeça, mãos nos peito, apontando pra frente de novo paralelas...
E tempo… pouco, mas tempo
A música dançante já não está mais ao fundo, a impressão é que ela tem mais poder que o plano de fundo lhe permite.
Aqueles gestos pontuais já são mais
fluidos, seguem uma corrente de sensação claras aos olhos e a um sexto sentido que eu não conseguiria lhe explicar qual. Aquele corpo dançante já não é mais só um corpo, mas ainda não se expõe, não nos permite
enxergar além do que ele faz.
E tempo… tempo, mais fôlego
E tempo… tempo,
pras víscerasA música é mais dançante ainda, forte, possante (
obarulhoafavordovento) os gestos ainda
exitem, são eles que dão a
direção, mas o corpo não é mais corpo. É o belo, na frente dos meus olhos. É o poder do homem. Pulos, gritos, cores… é deslumbre. E por fim, como esperado, o reflexo cristalino que escorre pelo rosto se pode ver, ou sentir.
Se uns morrem de fome, eu morro de dor, se uns só observam, eu sinto por eles, mas eu vivo por pouco: pelo tempo, pelo fôlego, pelas
vísceras, alimentando a minha
essência, que eu não faço a menor
idéia do que seja, talvez um sexto sentido, talvez Deus, talvez alma…