quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

(Des)fé

No pulsar incessante do grande relógio dos dias, onde não há ponteiros girando, há apenas as pontas esquecidas, perdidas, fedidas. Não há mais o que se fazer por aqui [nem por lá].

Isso é sobre absurdo de gente.

Porque se parar pra gritar, o grito vai consumir, definhar. E nas cinzas nada mais pode-se fazer, nada por ninguém, nada. Depois de todas estas estações gélidas, petrificantes.
Das cinzas um grito poeiriu se vai soltar, mas nada além de levantar a alergia dos homens conseguirá, nada além de tornozelos torcidos, de tempo perdido. No máximo gritos das cinzas.. poderemos chorar feito os inconformados, chorar eternamente, mas se resolvermos não chorar, nada além se fará.

Deveria ser simples como esmagar uma pulga que nos arde. Mas não, sempre não. Tudo acontece ao nosso redor, a nosso respeito, com muito despeito de desrespeito, e nada sempre, nada... nos becos sem saída tem sempre a opção de tentar pular os muros. paredes assustadoramente altas [impuláveis]. parado. Nem andamos pra onde esperam que vamos, nem voltamos, porque de caminhos percorridos já basta. De gente palidificante percorrida já basta. Acho que o melhor é seguir o conselho das mães. Tomar pra si a culpa dos erros do mundo, e comunicar com Deus pra ver se resolve.
Mesmo sem acreditar num centelho de força divina sobre os infernos humanos.

3 comentários:

  1. Anônimo11:27

    mas, como diria Clarice, há o direito ao grito. então, gritemos. mesmo que não sirva pra nada, um direito é um direito...

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  2. Há uma forma brutal nesse texto.
    Talvez a força de quem não se submete ou não cede o seu direito e não outorga a sua voz a ninguém que não a si mesmo.

    Abraços,

    muito bom.

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  3. bacana o blog... vou acompanhando a partir de agora, abração

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