domingo, 14 de junho de 2009

Por essa noite

Se fizesse mesmo sentido, eu terminaria esse texto aqui, na primeira frase. Se fosse pra ser coerente, eu nem teria começado, pois tem coisa que não se diz… não se escreve.
Apenas se sente.
Mas é que hoje eu precisava tentar, se é que você me entende. Hoje, o dia começou tão estranho. E eu percebi que não se pode morrer sem ao menos tentar dizer. Essa ideia de que se está no céu, segurando diamantes, é linda, mas ainda não é o suficiente. Eu sei que tudo isso pode parecer meio piegas. Mas acho que vim aqui hoje pra ser mesmo um pouco ridículo.
Já perdi horas aqui, afim de escrever o que não se compreende. Um interminável digita e apaga, digita e apaga. Continuarei assim, por hoje, um dia diferente, aproveitando a besta oportunidade de perder horas tentando dizer o que apenas se sente.
É que…
Eu sempre te imagino, gosto de pensar em você. Não é com todo mundo que se tem a chance de ficar imaginando, imaginando, e quando se depara com a realidade, em nada difere a tal realidade do melhor imaginário do mundo. Faço isso com frequência… imagino… naquele show, naquele quarto com a samambaia, naquele momento.
É que… hoje… me bateu um medo, sabe? Medo de perder. Medo de não mais poder… uma angustia, uma falta de ar. E eu vim pra cá, sentei aqui, nessa vã esperança, de conseguir expor em texto, em corpo externo esse sentimento que é tão bom mas que sempre é tão interno. Essa coisa de necessidade do outro, entende?
A imaginação é tão real, é tão presente que quase posso tocar, quase posso sentir o cheiro, a textura doce e suave da pele macia… Falando assim pode até parecer mais do que é. Mas é que tem relações que são grandes demais pra se conter em palavras discretas, em frases sutis. Relações que são de corpo com corpo, que são como tatuagens. São íntimas e ao mesmo tempo não precisam de mais nada além de abraço quente e de colo. São talvez as únicas relações possuidoras do maior dom dos homens, a calma… a calma… a calma.
Acho que no fim é isso... Acho que no fim o que eu preciso agora é de um pouco de calma, um pouco de colo, de abraço… acho que preciso de um pouco de calma. Essa coisa de necessidade do outro.
É que... eu...
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19 de Junho de 2008
Para Lucy

2 comentários:

  1. meu deus... literalmente foi como se vc tivesse entrado na minha alma ontem e hoje com uma lupa, e aqui tivesse sentado pra escrever sobre tudo o q viu por lá...

    sim, não há mesmo pessoas diferentes, é a grande beleza de qualquer coisa. Calma, abraço. Consolo? Será possível? Rs...

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  2. Se eu falasse que eu (re)li milhõoooes de vezes, não seria suficiente. Se eu dissesse que a descrição de tudo foi tão perfeita quanto recíproca, não seria suficiente. Se eu dissesse que esse texto me transmitiu uma comunhão de almas tremenda, ainda assim, não seria suficiente...

    Não existem palavras que eu poderia dizer pra te fazer entender tudo o que é - dentro, fora, por todos os lados de mim! A questão é que, algumas coisas realmente não se explicam: compartilham *.*
    "Relações que são de corpo com corpo, que são como tatuagens."

    You and me... and that's ALL!

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