sexta-feira, 30 de julho de 2010

Para quatro amigos solitários

Eu não gosto de relógios barulhentos. Tenho sempre a impressão de que eles, os relógios barulhentos, se deliciam em nos dizer que estão passando as horas. Só podemos percebê-los durante a madrugada.

"Tac", um minuto... "Tac" outro.

São como um compasso que ditam as batidas surdas do peitoafeto. Nos tornamos seres atentos as miudezas sonoras. Há uma certa beleza nessa solidão acompanhada. Com um pouco de vinho é a velha e bem conhecida grande Beleza de qualquer coisa.

Sentados no sofá vermelho, esperando a vida se tornar menos etílica, escutando as batidas surdas uns dos outros. Parados. As tristezas cotidianas, os relógios barulhentos, "tac", "tac" é assim que ocupamos o nosso silêncio.
Uma boa noite, um bom dia,
e caso eu não os veja mais; uma boa vida!

Um comentário:

  1. Nada melhor do que quatro amigos com suas doces solidões, parados no tempo e no espaço entre montanhas de algum lugar... entre ponteiros de relógio que passam e reforçam algo que se criou ali... algo que nasceu ali, entre todos nós e dentro de cada um de nós.

    P.S: A vida é etílica! :)

    Drica

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