
A primeira coisa que ele fez foi abrir as janelas de casa para voltar a ver o sol e a lua, já fazia cinco anos que tudo se parecia com breu. A segunda coisa a fazer era jogar no lixo tudo que era lixo, porque o lugar de lixo é no lixo! A terceira coisa que ele tinha que fazer era lavar as mãos e os pés (lavar as mão e os pés é metáfora de quem lava a alma).
Depois, quando tudo que ele tinha que fazer ele fez, começou a fazer coisas que não tinha que fazer, mas era bom que fizesse. E a primeira dessas coisas foi plantar girassois no jardim, que há anos não era nada além de terra batida. Os girassois são as melhores flores do mundo. Elas são as únicas que se fazem iluminar, mesmo quando tudo é neblina. Depois dos girassois plantados, lindos e crescendo, ele foi arrumar o quarto (arrumar o quarto é metáfora de quem arruma a vida) deixou tudo que era coisa em seu lugar de novo.
Recomeço.
Quanto as pessoas, não tinha muito o que fazer além de esperar, não que ele deveria ficar sentado na beira da cama esperando, esperando, esperando. Ele devia fazer sim alguma coisa, mas não tão diretamente assim. Eu digo esperar, porque tudo precisa de tempo pra se harmonizar. Mas nada nesse mundo além da natureza se harmoniza sozinho. E fazer alguma coisa quanto a pessoas, não quer dizer que se deve construir prédios ou realizar um mundo de metas. É sempre melhor começar com o que é menorzinho mesmo.
Esperar era duro. E quando temos que esperar por alguma coisa que só aconteça com o tempo, temos a impressão que nada está acontecendo, enquanto na verdade está é lentinho, a ponto de parecer que não está andando…
Decidido a esperar do jeito certo, fazendo alguma coisa, Ivan deixou de lado tudo aquilo que não existe mas incomoda profundamente. Dito isto, saiu a procura de coisas bem simples e menorzinhas, (que aparentemente também não existem, mas todo mundo sente que estão lá) como amor de mãe, amizade de amigo e olhar sincero de criança. De hoje em diante essas coisas todas farão bem a Ivan, sem que ele se preocupe se deverá ou não retribuir (para que assim ele se sentisse a vontade pra retribuir sem obrigação nenhuma).
E no fim desse dia, depois que ele voltou pra casa, com um pouquinho de amor de mãe, amizade de amigo e olhar sincero de criança, tudo, em pequeninos detalhes, depois de muitos anos estava com uma aparência muito diferente do de costume. O mundo respirava melhor no final do dia. E assim, com essa sensação boa Ivan foi dormir.
[Como essa é uma crónica de recomeço, acho prudente terminar assim, parecendo que tem muito mais coisa pela frente]
=D
ResponderExcluireu espero que isso não seja só poético!
ResponderExcluirque a vida real esteja nesse pé de recomeço, isso mexe muito com quem lê, principalmente se sabe do que está falando...
como q faz pra tirar isso do papel e colocar na vida???
ResponderExcluirdiz pra ele...