Tem alguém aqui pronto pra falar da bizarrice das coisas? É preciso que tenha, é preciso... porque eu não posso mais continuar tentando... acho que não há mais o que dizer, talvez nunca tenha tido. Minha memória não é tão grande assim, não vi nada demais, sou comum até no modo de pensar, minha imaginação não é grande também;
É tudo muito desorganizado, sabe? Na desordem que está não serve pra nada, nem pra mim, nem pra ninguém. Acho que esta é minha falta maior. O fiasco do que dizer. A falta de assunto, a falta de personagens heróicos, a plena incapacidade de matar alguém, ou de apenas dar vida. A falta de imaginação, e de técnica, para desenvolver uma história qualquer. Eu queria falar sobre a vida das coisas, eu queria dizer sobre os detalhes não vistos. Ter o relato, a descrição, queria visualizar os momentos, os pequenos âmbitos efêmeros do que não se percebe, algo que construísse em si um início e um final, que contivesse em um retrato, ação do começo ao fim, fazer da parte o todo, do fragmento a completude. Isso não podia ter sido ambição demais. Não tinha o direito de ser meu fracasso, justo isso que é meu poder, o único lugar onde eu poderia escolher entre o sim e o não. Meu único elo de ligação com o que não é profano. O orgasmo com os Deuses.
Aqui, o lugar onde eu vivo e morro, o lugar pra onde me refugio, o lugar que me sacramenta é também, sinto em dizer... o lugar onde não existo.
Por seu paladar
Há 6 dias